quinta-feira, 20 de novembro de 2008

As urgências da economia global

O ingente plano para salvar a crise das economias mais desenvolvidas demonstra que poderia fazer-se mais pelo desenvolvimento, explica o porta-voz vaticano.

O Pe. Federico Lombardi, S.J., diretor da Sala de Informação da Santa Sé, faz uma análise das «urgências da economia global», no último editorial de Octava Dies, semanário do Centro de Televisão do Vaticano, do qual também é diretor.

«Os compromissos econômicos assumidos de forma intempestiva para salvar o sistema financeiro americano e de repercussão internacional são impressionantes em suas dimensões», reconhece.

O porta-voz cita a intervenção ante as Nações Unidas no debate de verificação sobre a atuação da Declaração do Milênio contra a pobreza, a fome, a ignorância e as doenças, que apresentou o representante vaticano, o arcebispo Celestino Migliore, que constatou que o esforço para salvar da crise as economias mais desenvolvidas é muito superior à ajuda total internacional mundial.

«Sem deixar de considerar a urgência para superar esta crise», o porta-voz propõe esta pergunta: «não se pode e não se deve fazer mais para salvar as economias e promover o desenvolvimento dos países mais pobres?».

«Não se pode esquecer que os recursos necessários para aliviar os mais pobres são menores, comparando-os com os gastos militares mundiais ou com os gastos dos povos ricos, para satisfazer necessidades que não são primárias», denuncia.

O Pe. Lombardi reconhece que «estas reflexões podem parecer óbvias e inclusive ingênuas, mas na realidade são essenciais desde uma perspectiva de amplo horizonte que leve em conta os mesmos interesses gerais da humanidade, orientada a um desenvolvimento pacífico e equilibrado, a favor de todos».

O porta-voz conclui recordando as palavras que Bento XVI pronunciou no Ângelus do domingo, 21 de setembro, quando afirmou que o compromisso por erradicar a pobreza e as pandemias, «ainda exigindo especiais sacrifícios neste momento de dificuldades econômicas mundiais, não deixará de produzir importantes benefícios, tanto para o desenvolvimento das nações que precisam de ajuda do exterior como para a paz e o bem-estar de todo o planeta».
(Fonte: Zenit.org)

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