quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A ganância resultou na crise econômica mundial

O alívio proporcionado pela ajuda dos governos dos países desenvolvidos aos bancos que estavam sendo arrasados pela crise internacional na economia não diminui a gravidade da denúncia feita pelo prêmio Nobel da Economia, Muhammad Yunus. "Foi o excesso de ganância que resultou na crise", afirmou o Nobel.
Segundo ele, a "ganância" das grandes empresas e mesmo dos bancos transformou os mercados em negócios de risco semelhantes a cassinos e levou o mundo ao colapso econômico atual, conforme entrevista concedida ao jornal O Globo (12/10).
O economista bengalês Muhammad Yunus foi escolhido Nobel da Economia em 2006, por ter fundado o Gramen Bank. Conhecida como o "banco dos pobres", a instituição baseia-se no microcrédito, no qual pessoas abaixo da linha da pobreza fazem empréstimos com o compromisso de gerarem os próprios meios de subsistência.

Islâmicos pedem por "irmãos cristãos" no Iraque

A Conferência Islâmica, entidade que reúne 57 países muçulmanos, interveio junto ao governo de Bagdá para que seja posto um ponto final à "violência sem precedentes" que tem se abatido sobre os cristãos iraquianos em Mosul.
A Conferência reivindicou que o governo "identifique os responsáveis que estão por trás de tais atos para pôr um fim aos sofrimentos de nossos irmãos cristãos, e que providencie proteção" para as vítimas dos ataques.
O protesto da entidade ocorreu simultaneamente ao anúncio do governo iraquiano de que enviaria uma comissão a Mosul para tratar da questão.

Papa deseja êxito a encontro entre cristãos e muçulmanos

Bento XVI fez chegar aos participantes no Encontro Islâmico-Cristão de Castel Gandolfo um telegrama que expressa seu desejo de que este evento “suscite renovados propósitos cordiais de fraternidade e sincero compromisso em favor do diálogo recíproco no respeito da dignidade de toda pessoa humana”.
No telegrama, firmado pelo cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado, o Papa conclui invocando o “Deus altíssimo e misericordioso, para que siga guiando sempre o caminho da humanidade no caminho da justiça e da paz”.
A mensagem foi acolhida calorosamente pelos cerca de 200 participantes, muçulmanos e cristãos, do encontro que iniciou na quinta-feira passada, na Mariápolis de Castel Gandolfo, com o tema “Amor e Misericórdia na Bíblia e no Alcorão”.
O evento é promovido pelo movimento dos Focolares e celebra-se desde 1992, ainda que as primeiras iniciativas de diálogo começaram em Magreb, há décadas. No encontro atual, participam representantes de países como Jordânia, Líbano, Turquia, Estados Unidos, Itália.
Entre os conferencistas, destacou-se a participação, no sábado, do cardeal Jean-Louis Tauran, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, que falou da importância do diálogo inter-religioso para a paz entre os povos.
O cardeal Tauran explicou em sua intervenção que o diálogo inter-religioso “não tenta estabelecer, com um critério redutivo e sincretista, uma base comum minimalista de verdades religiosas”, mas sim “reconhecer que todos os que estão em busca de Deus ou do Absoluto têm a mesma dignidade”.
Existe, “graças, sobretudo aos muçulmanos”, um retorno da religião ao cenário mundial, como contribuição essencial para estruturar a sociedade internacional do século XXI, inclusive mais que as ideologias do século XX”, explicou o purpurado. “Não se pode entender o mundo de hoje sem as religiões”, acrescentou.
No entanto, precisamente por isso, é necessário que as religiões “não se convertam em fontes de medo, coisa que hoje sucede, infelizmente, por culpa dos fundamentalismos exasperados”, explicou. “É fato que hoje se mata por motivos religiosos, mas não são as religiões que fazem guerra. Daí nasce a necessidade de pôr as mensagens das religiões a serviço de um projeto de santidade”.
O diálogo entre as religiões, concluiu, deve ser considerado “quase como uma peregrinação”, pois quando “se conversa com um seguidor de outra religião, é necessário ter a atitude de quem se põe a caminho com ele e toma em consideração convicções diferentes das próprias sobre os grandes questionamentos que interpelam o ser humano”.
“Não é a própria fé que deve ser questionada, mas a forma de vivê-la na existência concreta”, acrescentou.

As urgências da economia global

O ingente plano para salvar a crise das economias mais desenvolvidas demonstra que poderia fazer-se mais pelo desenvolvimento, explica o porta-voz vaticano.

O Pe. Federico Lombardi, S.J., diretor da Sala de Informação da Santa Sé, faz uma análise das «urgências da economia global», no último editorial de Octava Dies, semanário do Centro de Televisão do Vaticano, do qual também é diretor.

«Os compromissos econômicos assumidos de forma intempestiva para salvar o sistema financeiro americano e de repercussão internacional são impressionantes em suas dimensões», reconhece.

O porta-voz cita a intervenção ante as Nações Unidas no debate de verificação sobre a atuação da Declaração do Milênio contra a pobreza, a fome, a ignorância e as doenças, que apresentou o representante vaticano, o arcebispo Celestino Migliore, que constatou que o esforço para salvar da crise as economias mais desenvolvidas é muito superior à ajuda total internacional mundial.

«Sem deixar de considerar a urgência para superar esta crise», o porta-voz propõe esta pergunta: «não se pode e não se deve fazer mais para salvar as economias e promover o desenvolvimento dos países mais pobres?».

«Não se pode esquecer que os recursos necessários para aliviar os mais pobres são menores, comparando-os com os gastos militares mundiais ou com os gastos dos povos ricos, para satisfazer necessidades que não são primárias», denuncia.

O Pe. Lombardi reconhece que «estas reflexões podem parecer óbvias e inclusive ingênuas, mas na realidade são essenciais desde uma perspectiva de amplo horizonte que leve em conta os mesmos interesses gerais da humanidade, orientada a um desenvolvimento pacífico e equilibrado, a favor de todos».

O porta-voz conclui recordando as palavras que Bento XVI pronunciou no Ângelus do domingo, 21 de setembro, quando afirmou que o compromisso por erradicar a pobreza e as pandemias, «ainda exigindo especiais sacrifícios neste momento de dificuldades econômicas mundiais, não deixará de produzir importantes benefícios, tanto para o desenvolvimento das nações que precisam de ajuda do exterior como para a paz e o bem-estar de todo o planeta».
(Fonte: Zenit.org)