terça-feira, 30 de outubro de 2007

"As razões do diálogo": Igino Giordani e o projeto do bem comum


Giordani e o Movimento Político pela Unidade

O deputado Igino Giordani participou do primeiro grupo de políticos italianos que procuravam viver entre si a fraternidade e que foram considerados como uma semente do Movimento Político pela Unidade. O movimento presidido por Lucia Fronza, nascido em 1996 na cidade italiana de Nápoles, reúne políticos e cidadãos comuns, das mais diversas linhas, partidos e atuações sociais. Com integrantes em diversos países, inclusive o Brasil, o MPPU tem como princípio a vivência da fraternidade – enquanto pilar do tríptico idealista da modernidade (liberdade, igualdade, fraternidade) - como objetivo e método da política.

O bem comum na prática política

Com o patrocínio da Câmara dos Deputados italiana, teve início em Roma em semana o ciclo de encontros - que se estenderá também ao ano que vem - sobre o pensamento do escritor Igino Giordani (1894-1980). Tendo sido também deputado e jornalista, Giordani foi no pós-guerra testemunha ativa da reconstrução da Itália e da Europa num tempo de expectativas e receios pela nova ordem mundial que se iniciava. A abertura do ciclo (24/10) teve como tema a reflexão do escritor sobre “As razões do diálogo”, considerada um pilar no ensinamento de Giordani.

Estão previstos ainda no ciclo sobre Igino Giordani encontros voltados a parlamentares e cidadãos com a exposição do pensamento do jornalista sobre: a paz (marcado para dezembro de 2007); a Europa (abril de 2008) e a família (junho de 2008). De acordo com a presidente do Movimento Político pela Unidade (MPPU), Lucia Fronza Crepaz, Giordani foi um político que se deixou “iluminar” pela fraternidade. “E essa experiência significa colocar os interesses particulares num segundo plano em relação ao interesse da comunidade”, afirmou. Segundo ela, o caminho de Giordani é o mesmo do MPPU: “ver a todos como participantes do mesmo projeto” voltado ao bem comum.
(Fonte: Editora Cidade Nova na internet - www.cidadenova.org.br)

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Mais um exemplo brasileiro

Para igreja Católica, beatificação de Albertina é um "sinal dos tempos"

Dom Orlando Brandes, arcebispo de Londrina (Brasil)

LONDRINA, segunda-feira, 22 de outubro de 2007 (ZENIT.org).- «Nestes tempos de liberação do aborto, da pílula do dia seguinte, da permissividade sexual, pedofilia, turismo sexual e tráfico de adolescentes, a beatificação de uma jovem de 12 anos, virgem e mártir, é um sinal dos tempos.» É o que afirma o arcebispo de Londrina (Paraná, sul do Brasil), Dom Orlando Brandes, sobre a beatificação de Albertina Berkenbrock, inserida no catálogo dos bem-aventurados esse sábado, em Tubarão (Santa Catarina).
A cerimônia foi presidida pelo cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, e contou com a presença de cerca de 20 mil fiéis, além de dezenas de bispos e sacerdotes.
Albertina Berkenbrock morreu esfaqueada em 1931, ao defender sua fé, sua castidade, sua inocência perante um agressor.«A castidade é uma possibilidade embutida na própria sexualidade humana», explica Dom Orlando Brandes.«Pela castidade humanizamos nossos instintos, ordenamos os afetos desordenados, nos libertamos da escravidão das paixões e das pulsões.
Castidade tem muito a ver com liberdade, maturidade, humanização de si.»No contexto de uma educação para o amor, destaca o arcebispo, «não basta distribuir preservativos, nem ensinar fisiologia e anatomia sexual».
«Precisamos de valores, de famílias bem constituídas, de fé e oração, de respeito pela dignidade humana, de limites e sublimação do erotismo.»Segundo Dom Orlando, «ser casto não é ser ingênuo, recalcado, bobo, infantil. Castidade é sabedoria, ética, maturidade, amor maior, grandeza interior».

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Semana de Defesa e Promoção da Vida

Para celebrar o Dia do Nascituro, no dia 8 de outubro, instituído pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi criada a Semana de Defesa e Promoção da Vida, celebrada de 1 a 7 de outubro. Nesse período, as dioceses desenvolvem várias atividades para lembrar a data.

“Conclamamos nossas paróquias e comunidades a refletirem, em profundidade, através de cursos, encontros e seminários sobre temas de bioética, e a se manifestarem, sempre que necessário, sobre o valor da vida em todas as suas dimensões”, afirmam os bispos na declaração sobre exigências éticas em defesa da vida por ocasião de sua assembléia, em 2005.

“Para que nossas reflexões levem a um compromisso concreto em favor da vida, propomo-nos a celebrar, anualmente, o Dia do Nascituro, aos 8 de outubro, com a Semana de Defesa e Promoção da Vida, enriquecida por uma intensa e criativa atividade, que inclua debates, reflexões e propostas concretas de ações em defesa da vida desde a concepção até a morte natural”.
(Fonte: CNBB)


Comissão Nova Humanidade, fiel e perseverante na missão de levar formação verdadeira para você!

(Na foto: Gabriel Carvalho e Rafaela Brito, apresentadores.)

terça-feira, 2 de outubro de 2007

“Proclama a Palavra, insiste oportuna ou inoportunamente, convence, repreende, exorta, com toda a paciência e com a preocupação de ensinar” (2Tm 4,2)

“Proclama a Palavra, insiste oportuna ou inoportunamente, convence, repreende, exorta, com toda a paciência e com a preocupação de ensinar” (2Tm 4,2)
Outubro de 2007
Sim, é preciso falar. Falar a todos, sempre!A Palavra de Vida freqüentemente nos convida a viver o amor, a ser o amor. Mas é preciso também transmitir a Palavra a outros, anunciá-la, comunicá-la, até envolvê-los numa vida de doação, de fraternidade. Foram justamente estas as últimas palavras de Jesus: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova...”1. Era essa a paixão que impulsionava Paulo a viajar pelo mundo conhecido de então e a dirigir-se a pessoas de culturas e de convicções diferentes: “Anunciar o evangelho não é para mim motivo de glória. É antes uma necessidade que se me impõe. Ai de mim, se eu não anunciar o evangelho!”2.Repetindo o comando de Jesus e a partir da sua própria experiência, Paulo recomenda também ao seu fiel discípulo, Timóteo, e a cada um de nós:

“Proclama a Palavra...”

Para que a nossa palavra produza efeito, é necessário, sempre que possível, construir antes um relacionamento com as pessoas às quais nos dirigimos. Mesmo quando não se pode falar com a boca, podemos sempre falar com o coração. Às vezes, a palavra pode se expressar simplesmente por meio de um silêncio respeitoso ou de um sorriso ou ainda interessando-se pela vida do outro, pelo que ele gosta, pelos seus problemas ou chamando-o pelo nome, fazendo-o perceber que ele ou ela é importante para nós. E, de fato, é importante. Temos como princípio não tratar o outro com indiferença.Essas palavras que não fazem estardalhaço, se forem bem acertadas, não podem deixar de abrir uma brecha nos corações; e, muitas vezes, o outro retribui a estima e faz perguntas. Esse, então, é o momento do anúncio. Nessa hora não se pode esperar. É preciso falar claramente, mesmo com poucas palavras, mas falar e comunicar o porquê da nossa vida cristã.

“Proclama a Palavra...”

Como podemos viver essa Palavra de Vida e comunicar, ainda que seja só com a nossa atitude, o Evangelho? Como podemos doá-lo a todos? Amando a cada pessoa, sem distinção. Se formos cristãos autênticos, vivendo o que o Evangelho ensina, nossas palavras não serão vazias. O anúncio da Boa Nova será ainda mais luminoso se pudermos testemunhar o coração do Evangelho, que é a unidade entre nós, sabendo que “nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros”3. É essa a veste dos cristãos comuns que todos – homens e mulheres, casados ou não, adultos e crianças, doentes ou sadios – podem usar para testemunhar em todo lugar e sempre, com a própria vida, Aquele no qual crêem, Aquele a quem eles querem amar.

Chiara Lubich

1) Cf. Mc 16,15; Mt 28,19-20;
2) 1Cor 9,16;
3) Jo 13,35.

A serenidade que ninguém pode tirar

História de um jovem que com a força do Evangelho transforma o seu sofrimento em gestos de amor concreto.

Tenho 25 anos e estudo engenharia eletrônica. Quando tinha 8 anos, por causa de uma doença que inicialmente se pensava ser um tumor no cérebro, tive uma lesão no nervo ótico que reduziu sensivelmente a capacidade de visão. Esta experiência me levou a indagar muitas vezes o que era o sofrimento, mas especialmente o porquê do sofrimento.

Aos 11 anos não passei no exame médico necessário para a prática de esportes competitivos. Podia praticar qualquer esporte, mas somente em nível amador. Comecei a jogar basquete, mas como não tinha o senso tridimensional não conseguia bem e recebia gozações. No colégio, quando se compunham os times para os jogos eu era sempre o último a ser escolhido, porque ninguém me queria. Cada vez mais fortemente eu me perguntava de que valia realmente esta vida.
Com dezoito anos a carteira de motorista! Uma carteira especial que precisava renovar a cada 2 anos; não basta saber guiar, precisa saber o que os outros fazem nas ruas: não é preciso arte, mas uma vista boa sim. Eu via os meus amigos que pegavam o carro e saíam, mas eu não. Foi muito duro, e é assim até hoje.

Mas existe algo que me faz acreditar na utilidade da dor: pensar nele, Jesus morto na cruz. Eu me dizia: “Mas Jesus poderia ter usado mil outras formas par nos salvar, porque justamente por meio da cruz? O sofrimento deve ter uma importância prioritária, senão ele teria encontrado uma outra solução!”.

Pude experimentar que as palavras do Evangelho, se vividas radicalmente, são verdadeiras: “a quem me ama eu me manifestarei, dai e vos será dado...”. Todas as vezes que as vivi de verdade percebi que tudo o que Jesus promete se realiza. E no meu íntimo encontrei uma serenidade imensa, silenciosa, que ninguém podia tirar. Esta paz, que nasce espontânea nesses momentos, mas faz acreditar que Alguém me ama e tem um desígnio de amor sobre mim. E as dificuldades de todo dia tornaram-se uma academia para treinar a caridade, a fé e as outras virtudes.
Depois de quinze anos a prótese que eu tinha na cabeça parou de funcionar, porque estava desgastada. Era algo previsto mas os médicos precisaram de dez dias para entender que era mesmo a válvula que não estava funcionando. E durante este tempo o campo de visão diminuiu ainda mais. Eu pensava: se cada vez que a válvula de drenagem quebrar eu perder um certo percentual de visão quando tiver 45 anos vou precisar de um cão de guia. Logo que saí da consulta, depois da amarga sentença, procurei escutar o que Jesus queria me dizer. Mas interiormente encontrei só um vazio enorme, um silêncio cósmico.

Continuei a amar, no momento presente, o único que possuo. O sentido da justiça se traduziu na busca de fazer algo pelos outros. Na universidade existe um centro de suporte para estudantes que, por problemas objetivos, tem mais dificuldades para acompanhar as aulas e estudar. Mas do que um “centro” para mim é uma chance para amar quem necessita mais. Deram-me uma câmera e um notebook para gravar as aulas das matérias mais difíceis, aquelas que não tem textos disponíveis, ou, quando tem, necessitam de um professor para explicar bem as coisas.

Toda essa experiência me faz treinar a cada dia a paciência, a mansidão, mas, de modo especial, é um canal direto de comunicação com quem sofre. A descoberta de Deus, que é Amor, me dá a força e a alegria de não me fechar no pequeno jardim dos meus problemas, mas lançar o olhar mais além, na direção do próximo.
(M. T. – Itália)
(Fonte: Movimentos dos Focolares na internet. www.focolare.org)