sexta-feira, 26 de dezembro de 2008


Jesus volta a ser criança para dizer-nos que Deus não está distante.
Os anjos cantam novamente: paz aos homens por Ele amados.
Pedimos à tua imensa onipotência
que dobre e apague a arrogância da violência;
que elimine o ódio dos corações
e insira neles o amor:
que nenhuma nação no mundo
se lembre mais do que é a guerra.

Chiara Lubich

Arcebispo pede atenção ante mentalidade consumista no Natal

«Moderação no modo de pensar e de viver», afirma D. José Alves

O arcebispo de Évora (Portugal), Dom José Alves, pede que os fiquemos atentos diante da mentalidade consumista neste tempo de Natal.
«A sede do consumismo chega a ser avassaladora. E, quando está aliada com ideologias agnósticas e laicas, os seus efeitos tornam-se deletérios em relação ao Natal, que, sendo uma festa cristã, corre o risco de se paganizar, deslizando apenas para uma festa de família ou para a época das compras e dos presentes.»
«Os cristãos precisam estar atentos a estas mentalidades, que se vão arraigando no espírito das novas gerações», afirma o arcebispo, uma mensagem de Natal divulgada sexta-feira.
Dom José Alves explica que a mentalidade consumista «baseia-se no princípio da abundância material, promove o egoísmo e gera desinteresse pelos mais carentes da sociedade, em oposição ao sentido genuíno do Natal».
«Pois, o nascimento de Jesus fala-nos de ternura, de partilha, de amor, de humildade e de salvação da humanidade decaída no pecado.»
«Da humildade do presépio onde nasceu, Jesus continua a fazer-nos um veemente apelo à moderação no modo de pensar e de viver, combatendo os excessos desregrados», afirma o arcebispo.

Isso para que, «nesta época de crise econômica, os mais carentes também possam ter, na mesa da abundância, o lugar a que têm direito, no âmbito da saúde, da habitação, da educação, do trabalho e das condições mínimas para um estilo de vida saudável.»
«Quando a hipocrisia domina muitas das relações institucionais e o isolamento e a solidão afetam uma parte considerável da nossa população, é urgente que aprendamos com Jesus Cristo a reinventar um novo estilo de relação interpessoal», considera.
«Ele, que sempre estabeleceu relações autênticas de amor, de beleza e de bondade com o Pai e com todos quantos a Ele recorriam, convida-nos a viver a piedade, no seu sentido mais genuíno, tanto em relação a Deus como em relação aos nossos semelhantes.»
O arcebispo deseja que todos «saibam escutar a mensagem libertadora que brota do presépio e por ela aprendam a viver com moderação, justiça e piedade».

Bento XVI: crise econômica pode ajudar a viver Natal melhor

Bento XVI explicou na última quarta-feira que o Natal «corre o risco de perder seu significado espiritual» e que a atual crise econômica «pode ser um estímulo» para descobrir seu verdadeiro significado.
O Papa explicou o sentido desta «festa cristã universal», na qual «inclusive quem não se professa crente, de fato, pode perceber nesta celebração cristã anual algo extraordinário e transcendente, algo íntimo que fala ao coração», na catequese da audiência geral celebrada na Sala Paulo VI.
O Natal, afirmou, «é a festa que canta o dom da vida», o encontro «com um recém-nascido que chora em uma gruta miserável».
«O nascimento de uma criança deveria ser sempre um acontecimento que traz alegria» – acrescentou o Papa – e, contudo, não sempre é assim.
«Como não pensar em tantas crianças que ainda hoje vêem a luz em uma grande pobreza, em muitas regiões do mundo? Como não pensar nos recém-nascidos não acolhidos e rejeitados, nos que não chegam a sobreviver por falta de cuidados e atenção? Como não pensar também nas famílias que desejaram a alegria de um filho e não vêem realizada esta esperança?»
Neste sentido, o Papa pediu aos cristãos que no Natal «não pensem só em si mesmos, mas que se abram às expectativas e necessidades dos irmãos».
«Desta forma nos converteremos também em testemunhas da luz que o Natal irradia sobre a humanidade do terceiro milênio», uma luz «capaz de transformar nossa existência».
Neste sentido, afirmou, a atual crise econômica pode ser um momento oportuno para redescobrir o significado desta festa, já que, «sob o impulso de um consumismo hedonista, infelizmente, o Natal corre o risco de perder seu significado espiritual para reduzir-se a uma mera ocasião comercial de compras e troca de presentes».
«As dificuldades, as incertezas e a própria crise econômica que nestes meses tantas famílias estão vivendo, e que afeta toda a humanidade, podem ser um estímulo para descobrir o calor da simplicidade, da amizade e da solidariedade, valores típicos do Natal.» Então, concluiu, «despojado das incrustações consumistas e materialistas, o Natal pode converter-se assim em uma oportunidade para acolher, como presente pessoal, a mensagem de esperança que emana do mistério do nascimento de Cristo».
«Fez-se pequeno para libertar-nos dessa pretensão humana de grandeza que surge da soberba; encarnou-se livremente para fazer-nos verdadeiramente livres, livres para amá-lo.»
No natal confluem, portanto, dois caminhos, sobre os quais o Papa convida à reflexão nestas festas: «por um lado, o dramatismo da história na qual os homens, feridos pelo pecado, estão permanentemente buscando a felicidade e um sentido satisfatório da vida e da morte». E por outro, «a bondade misericordiosa de Deus, que saiu ao encontro do homem para comunicar-lhe diretamente a Verdade que salva e torná-lo partícipe de sua amizade e de sua vida», concluiu.
(Fonte: Agência Zenit)

Além das chuvas, buscar outras causas da catástrofe no sul do Brasil

Bispo de Blumenau, uma das regiões mais atingidas, levanta questionamentos

O bispo de Blumenau, uma das regiões mais atingidas pela tragédia ambiental em Santa Catarina, afirma que é preciso buscar outras causas do evento além das chuvas.
«Precisamos buscar, mais profundamente, outras causas de tantos desmoronamentos, mortes, feridos e desabrigados», afirma Dom Angélico Bernardino, em artigo difundido pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) essa sexta-feira.
«Fiquemos nos municípios atingidos, na diocese de Blumenau, onde tantas mortes aconteceram, casas foram destruídas, arrozais e outras plantações comprometidas, ruas, estradas obstruídas», destaca.
Dom Angélico questiona onde está o planejamento urbano preventivo e recorda que nos anos 1983 e 1984 já ouve outras enchentes. O bispo aponta a falta de atenção com os morros e as encostas. «Tivemos enxurradas generalizadas, enchentes em Navegantes, mas o desastre maior desceu dos morros», afirma.
O prelado questiona a atenção que se dá, nos planejamentos municipais, à Defesa Civil; também se há estudos sérios, abalizados, sobre a qualidade do solo e sua ocupação.
«Por que as encostas dos morros são chanfradas e os barrancos não recebem tratamento adequado? Onde e como estão os muros de arrimo? Por que o Poder Público se curva diante dos interesses da exploração imobiliária?»
O bispo denuncia que locais condenados à habitação por estudos feitos há 25 anos, «por exemplo no morro Coripós, continuaram habitados, com o Poder Público conivente, a cobrar dos moradores, imposto e taxas de água, luz».
«Por que o caminho das águas que descem dos morros não é respeitado e sua vazão não é prevista? Por que, em muitos locais o pinus e o eucalipto imperam (região do Baú), a serviço do interesse de serrarias?»
Dom Angélico questiona ainda qual é «a segurança efetiva que é oferecida à população que vive ao lado do gasoduto que corta a Região e acabou explodindo em Belchior, Gaspar?»
«Por que os Municípios não têm sério plano habitacional contemplando, de maneira especial, os pobres, os menos favorecidos economicamente falando? Por que há tanto esmero em maquiar a cidade e não há atendimento solucionador de seus problemas básicos?», questiona.
O bispo de Blumenau aponta ainda a «urgente necessidade» de se respeitar o meio ambiente.
Passados os primeiros momentos de dor e sofrimento –assinala o bispo–, «em que maravilhosa rede de solidariedade nos envolve, é chegado o momento da reconstrução alicerçada na descoberta das causas profundas da catástrofe e das soluções que se fazem necessárias».
(Fonte: Agência Zenit)

Bento XVI pede orações pela expansão da cultura da vida

Intenção para dezembro

Bento XVI pede orações, neste mês de dezembro, para que a cultura da vida possa expandir-se graças à obra da Igreja. O pontífice o propõe a oração na iniciativa seguida por cerca de 50 milhões de pessoas dos cinco continentes, para cada mês que começa. O Papa apresenta duas intenções de oração, uma geral e outra missionária.
A intenção geral do mês de dezembro diz assim: «Para que frente à crescente expansão da cultura da violência e da morte, a Igreja, por meio de suas atividades apostólicas e missionárias, promova com valentia a cultura da vida».
A intenção missionária se inspira no Natal já próximo: «Para que os cristãos, especialmente nos países de missão, por meio de gestos concretos de fraternidade, mostrem que o Menino na gruta de Belém é a luminosa esperança do mundo».

Crescimento econômico

Desigualdade aumenta nos países ricos

Um relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado em setembro, revelou que a pobreza e a desigualdade estão aumentando na maioria dos países ricos. Entre aqueles países em que houve, nos últimos 20 anos, maior avanço da disparidade entre pobres e ricos estão Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Itália e Noruega.
O estudo apontou que, no conjunto dos 30 países membros da OCDE, as desigualdades aumentaram de 7% a 8% em relação aos anos 80 do séc. XX, enquanto o número de pobres subiu de 9,3% para 10,6% da população.
A conclusão do relatório é que o crescimento econômico verificado nas duas últimas décadas, calcado na ampliação do livre mercado e na globalização econômica, resultou no maior enriquecimento daqueles que já ocupavam o topo da pirâmide social e em uma menor mobilidade social. Os pobres continuaram pobres ou ficaram ainda menos favorecidos.
De acordo com o documento, a faixa dos 10% mais pobres da população dos países da OCDE precisa sobreviver com uma renda de US$ 6 mil ao ano, enquanto os mais ricos ganham entre nove e onze vezes mais, em média. Outra conclusão é que dos países em desenvolvimento que integram a organização, a Índia e a China não figuram na lista daqueles em que as desigualdades aumentaram. Nesses países, houve maior mobilidade social que resultou num efetivo desenvolvimento.
(Fonte: Editora Cidade Nova na internet. www.cidadenova.org.br)

Crise: catástrofe se for administrada somente por países ricos

Advertência da Santa Sé na conferência de Doha

A Santa Sé advertiu que a crise financeira se converterá em uma catástrofe se for administrada unicamente pelos países ricos. O aviso foi lançado pelo arcebispo Celestino Migliore, observador permanente na sede da ONU em Nova York, um dia antes do início da Conferência promovida pela Assembléia Geral das Nações Unidas em Doha, Qatar.
Até o dia de hoje, chefes de Estado, de governo e a reunião das principais instituições e agências de desenvolvimento fizeram um balanço de iniciativas e projetos orientados à cooperação internacional. Após a reunião do G-20 de Washington, que buscou soluções a médio prazo para a crise dos mercados financeiros, o Fundo Monetário Internacional falou da possibilidade de uma nova catástrofe financeira.
«Já há tempos nos encontramos em meio a uma crise financeira que poderá converter-se em catástrofe se não evitarmos seus efeitos sobre outras crises: a econômica, a alimentar, e a energética», explicou Dom Migliore aos microfones da Rádio Vaticano.
«Parece que é necessário um regresso decidido do setor público aos mercados financeiros; é necessário aumentar a coordenação e a união na busca de soluções; é necessário recuperar algumas dimensões básicas das finanças, ou seja, a primazia do trabalho sobre o capital, das relações humanas sobre as meras transações financeiras, da ética sobre o critério da eficácia», considera Migliore.
Ao mesmo tempo, o prelado pede que se evite o processo «financiamento da economia para adotar critérios mais coerentes com a pessoa humana, que dirige e se beneficia da atividade financeira», afirma Migliore. Por isso, conclui, o problema é ético.
«E havia muitas regras e códigos éticos antes da crise; o problema é que se dava uma grande impunidade para quem não os respeitava – declara. É também uma questão de liderança, de autoridade moral dos governantes em todos os níveis, que têm a responsabilidade primária de proteger os cidadãos, sobretudo os trabalhadores, as pessoas normais que não têm a possibilidade de acompanhar a complicada engenharia financeira e que têm de ser defendidas dos enganos e dos abusos dos entendidos...»

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A ganância resultou na crise econômica mundial

O alívio proporcionado pela ajuda dos governos dos países desenvolvidos aos bancos que estavam sendo arrasados pela crise internacional na economia não diminui a gravidade da denúncia feita pelo prêmio Nobel da Economia, Muhammad Yunus. "Foi o excesso de ganância que resultou na crise", afirmou o Nobel.
Segundo ele, a "ganância" das grandes empresas e mesmo dos bancos transformou os mercados em negócios de risco semelhantes a cassinos e levou o mundo ao colapso econômico atual, conforme entrevista concedida ao jornal O Globo (12/10).
O economista bengalês Muhammad Yunus foi escolhido Nobel da Economia em 2006, por ter fundado o Gramen Bank. Conhecida como o "banco dos pobres", a instituição baseia-se no microcrédito, no qual pessoas abaixo da linha da pobreza fazem empréstimos com o compromisso de gerarem os próprios meios de subsistência.